Educação

Estudante do interior de SP representa o Brasil na Olimpíada Internacional de Linguística

Augusto Zanardi Creppe, de 17 anos, se define como fã de gramática e linguagens.

Estudante do interior de SP representa o Brasil na Olimpíada Internacional de Linguística

Por G1

Um estudante de Bauru (SP) vai representar o Brasil na Olimpíada Internacional de Linguística. A etapa vai ser realizada na Ilha de Man, território da Coroa Britânica, entre os dias 25 e 29 de julho.

Augusto Zanardi Creppe, de 17 anos, integra a equipe brasileira composta por oito estudantes, selecionados durante a Olimpíada Brasileira de Linguística (OBL), cuja final presencial foi realizada em Brasília (DF), no fim de maio.

O estudante de direito afirmou que sempre gostou de aprender idiomas e de pesquisar sobre línguas. Na escola, Augusto se define como fã de gramática e linguagens, e, por isso, ficou encantado com a possibilidade de integrar a equipe.

"O mais legal da linguística é que ela não se limita às humanidades. É uma ciência que engloba um pouco de tudo, desde matemática até lógica. Estou muito animado por poder representar nossa cidade e também nosso país em um evento como esse. É uma alegria muito grande levar o nome de Bauru e da região nessa conquista", se emociona.

A Olimpíada Internacional de Linguística é uma das 13 Olimpíadas Internacionais de Ciências para alunos do ensino médio, e é realizada anualmente desde 2003, de acordo com informações do site da organização.

A cada ano, equipes de jovens linguistas de todo o mundo se reúnem e testam seus conhecimentos linguísticos e capacidade lógica para desvendar os quebra-cabeças mais difíceis do mundo em linguagem e linguística.

Até chegar à etapa internacional, Augusto e demais colegas da equipe brasileira participaram de três etapas prévias. A primeira, composta por três provas realizadas entre os dias 18 e 26 de setembro de 2021, contemplou 28 problemas de múltipla-escolha sobre diferentes temas sobre língua, linguagem, cognição e cultura, com mais de 10 mil participantes de todo o Brasil.

O estudante de Bauru lembra que, até o final das seletivas nacionais, eles não tinham preparo prévio ou orientação específica para o estudo. Ao contrário, foram guiados pela motivação e pela possibilidade de descobrir coisas novas.

"O que mais me atrai é o encanto por aprender novas formas de se resolver uma mesma coisa. A linguística te permite conhecer mais do nosso próprio mundo e te faz perceber como é possível pensar de diversas maneiras sobre um mesmo assunto. É esse fascínio pelo desconhecido e pelo novo que mais me anima na linguística", ressalta.

Da segunda etapa, promovida em 16 de outubro de 2021, participaram 600 candidatos, que tiveram de resolver seis problemas envolvendo assuntos como análise de texto em árabe, números em tibetano, sentenças em cazaque e comparações entre as escritas árabe e hebraica.

Na terceira etapa, os estudantes que obtiveram as 60 melhores pontuações foram convidados para a XI Escola de Linguística de Outono, entre os meses de março e junho de 2022, realizada de forma híbrida.

Em paralelo a palestras, oficinas e atividades de integração, eles realizaram as quatro atividades olímpicas. As provas incluíram redação de artigo linguístico, pesquisas sobre fonologia, sentenças ambíguas, gramaticalização, debates, entre outras.

"Foi bem intenso. As provas são bem abrangentes, pois envolvem questões sobre fonética, sintaxe, semântica, gramática, entre outras áreas da linguística. Os problemas incluíam trechos de um idioma, para você analisar e, com base na tradução, deduzir os fenômenos e fazer a aplicação em alguns exercícios. Foi bem completa", comenta.

Hoje estudante de direito da Faculdade de Direito do Largo São Francisco, da Universidade de São Paulo (USP), Augusto concorreu em todas as etapas representando o Colégio Técnico Industrial (CTI), ligado à Universidade Estadual Paulista (Unesp) de Bauru, onde cursou o ensino médio e técnico em Informática.

A próxima e última etapa é internacional. Dessa vez, conforme explicou, o grupo terá que resolver problemas tradicionais de linguística em uma pequena amostra de uma língua, geralmente bem pouco falada e desconhecida. O desafio consiste em traduzir e deduzir os fenômenos do idioma.

"Estou muito ansioso para poder participar desse evento com os meus colegas. Nós estamos nos esforçando muito e esperamos que seja uma semana de muito aprendizado. Mas, sim, infelizmente é a última etapa", conta.